quarta-feira, 8 de abril de 2015

O ADVOGADO



O Advogado faz duas coisas: Suplica ao Pai por nós e aplica em nós a Palavra. Se pecamos, faz valer a súplica, assumindo, diante do Pai, a nossa causa contra o acusador. Pela aplicação da Palavra, revela nosso estado quanto à sua prática, contrastando-o com nossa posição, a qual é sempre mantida sem pecado pelo justo Advogado, O mesmo que já fez a propiciação.

O fracasso em nossa condição provém do fato de possuirmos duas naturezas habitando em nós. "Eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado." (Rm 7:25). E, embora pela fé, e em espírito, não estejamos mais na carne, ainda assim ela continua em nós (apesar de, pela fé, a considerarmos morta), e daí vem o fracasso.

 Não há desculpa, mas o fato é que falhamos. Nossa posição como filhos sempre permanece a mesma, ainda quando pecamos, e devemos isso ao justo Advogado que fez propiciação.

"Se alguém pecar, temos um Advogado." (1 Jo 2:1). Mas temos falhado em nossa condição - encontramo-nos manchados. Nossos corpos estão lavados com água pura, isto é verdade (Hb 10:22); já recebemos o lavar da regeneração (Tt 3:5); somos nascidos de novo (Jo 3:3); e é por isso que não precisamos ser lavados novamente. João 13:10 diz que "aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos".

Mas pecamos; sujamos nossos pés, por assim dizer, passando por este mundo que nos contamina pelo pecado. Não podemos ficar assim na presença do Pai. O que é que faz o Advogado, então? Ele aplica a Palavra em nós, lava nossos pés, e nos leva à confissão e ao juízo próprio. A recordação de nosso Advogado, que fez a propiciação, nos leva de joelhos de volta a nosso Pai, O qual nos perdoa e nos limpa de todas as nossas injustiças. 

Somos limpos em conformidade com o que Cristo é, como o Justo na presença do Pai. É este o lavar pela água da Palavra, não pelo sangue que nunca é repetido. Trata-se da aplicação da morte de Cristo, por meio da Palavra, na corrupção moral que provém da raiz de pecado. Assim a bendita obra do Advogado, por um lado para rogar pelos filhos diante o Pai no caso de pecarem, e, por outro, para lavar seus pés com a Palavra e tornar sua condição e seu andar condizentes com a posição que têm diante dEle.

Quão felizes somos por estarmos associados ao bendito Advogado - que por um lado suplica por nossos irmãos caso pequem, e por outro leva-lhes a Sua Palavra, lavando seus pés. Que o Senhor permita que os santos enxerguem o bendito privilégio que têm, de se valer do amor para cobrir pecados (Pv 10:12). Possam eles suplicar por seus irmãos, se pecarem, e agir em fidelidade a eles, levando-lhes a Palavra e lavando seus pés a fim de que possam ser lavados das contaminações.

 Vencerão assim o acusador por meio do sangue do Cordeiro, se for o caso de seus irmãos pecarem, e resistir-lhe-ão com desenvoltura, usando a Palavra de Seu testemunho, assim como fez o bendito Senhor.
O Senhor respondeu ao diabo, quando este O tentava procurando fazê-Lo pecar, usando sempre: "Está escrito". 

Assim devemos fazer. E, se pecarmos, podemos, graças a Deus, sempre dar-lhe a resposta pelo sangue do Cordeiro, que é o bálsamo para toda ferida. O sangue do Cordeiro, e a Palavra, a espada do Espírito, são nossos instrumentos contra o diabo enquanto estamos aqui, e enquanto o Advogado defende nossa causa diante do Pai lá no céu. Somos assim sempre preservados, e somos vencedores, "mais do que vencedores, por Aquele que nos amou" (Rm 8:37).
A. P. Cecil

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

A CRUZ E A GLÓRIA - E.H.Chater






E.H.Chater

Christian Truth Dez/84

No Novo Testamento Deus nos revelou duas verdades maravilhosas - a cruz e a
glória de nosso Senhor Jesus Cristo. Que assunto solene e bendito para ocupar nosso
coração - a morte do Filho de Deus sobre a cruz do Calvário neste mundo, e Sua
glorificação à mão direita da Majestade nas alturas. Quão pouco nossas almas penetram
nestas coisas tão preciosas, embora a glória de Deus e o destino eterno de toda a raça
de Adão dependam delas. Sem a morte de Cristo não teria havido salvação; sem a
ressurreição, a Sua morte teria sido em vão.

A morte de Cristo foi o ato voluntário de um Homem santo, perfeito e sem pecado.
A morte não tinha poder sobre Ele pois a morte é o salário do pecado, e nEle não há
pecado (1 Jo 3:5). E a morte é o poder de Satanás (Hb 2:14 Versão Almeida Atualizada),
mas Satanás não tinha poder algum sobre Ele. "Se aproxima o príncipe deste mundo, e
nada tem em Mim" (Jo 14:30). Jesus entregou Sua vida para a glória do Pai, para a
salvação do que era Seu, e para a redenção da criação. O fundamento de tudo isso foi
perfeitamente embasado em Sua morte. Deus foi infinitamente glorificado, e o juízo pelo
pecado foi carregado pelo Santo de Deus. Ele clamou, "Está consumado!", e entregou o
espírito.

Se, no entanto, tudo terminasse ali, a cruz demonstraria tão somente que o homem
manifestou sua própria vontade contra o Cristo de Deus, e Satanás teria tido a vitória.
Mas onde está o Senhor agora? Ele foi colocado na sepultura, porém Deus O ressuscitou
de entre os mortos, e Lhe deu glória. A maior vitória do inimigo provou ser a sua maior
derrota. A cruz está vazia, a sepultura está vazia, e Cristo está ressuscitado! A
ressurreição de Cristo é o triunfo completo e eterno sobre todo o poder do inimigo. Toda a
questão de pecado, pecados, Satanás, morte, julgamento e inferno, encontrou resposta
na cruz.

A ressurreição é o testemunho de Deus para todo o universo do fato que os
Seus santos requisitos foram todos perfeitamente satisfeitos, de uma vez para sempre, e
que Ele Se encontra infinitamente glorificado na obra de Seu Filho. Ele exaltou, à Sua
destra, o bendito Homem que fez tal obra. Aquele que foi crucificado é agora Aquele que
está glorificado. A cruz foi trocada pelo trono. Jesus foi feito ambos: Senhor e Cristo. Bem
cedo, toda criatura inteligente celebrará o Seu louvor e O reconhecerá por digno como
Homem em Seu lugar exaltado.

Nunca devemos separar a glória da cruz. Se me ocupar somente com Cristo na
cruz, e com minha morte com Ele ali, ficarei muito aquém de desfrutar a bênção e o
privilégio que me pertencem como cristão. Se me encontrar ocupado com Cristo na
glória, e com minha associação com Ele ali, e esquecer-me da cruz, irei me tornar altivo,e tanto meu andar como minha maneira de ser ficarão fora da realidade. O conhecimento do evangelho da glória de Cristo envolve a responsabilidade correspondente.

Se Cristo, o Amado na glória, for a medida de minha aceitação diante de Deus, Cristo, e Cristo
somente, será o padrão e o modelo para meu andar e para meu proceder. Que Deus
possa, em Sua rica graça, nos capacitar a penetrarmos mais e mais na maravilhosa
posição que temos diante de Deus, e a andarmos, em nossa vida e circunstâncias
diárias, de modo digno de nosso elevado chamamento, até que contemplemos nosso
Salvador face a face.

E.H.Chater
Christian Truth Dez/84