quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O Caminho de Deus e Como Encontrá-lo

C.H.Mackintosh - God's Way And How To Find It


Parte 1

(Leia Jó 28 e Lucas 11:34-36)

          "Essa vereda a ignora a ave de rapina, e não a viram os olhos da gralha. Nunca a pisaram filhos de animais altivos, nem o feroz leão passou por ela" (Jó 28:7-8)
Que indizível misericórdia, para alguém que realmente deseja andar com Deus, saber que há um caminho onde andar! Deus preparou um caminho para Seus redimidos, no qual eles podem, resolutos, andar com toda a certeza e tranquilidade possíveis. É um privilégio que pertence a todo filho de Deus, e a todo servo de Cristo, ter tanta certeza de que se encontra no caminho de Deus, quanto de que sua alma está salva.
Esta afirmação pode parecer muito forte, mas a questão é: Será ela verdadeira? Se for verdadeira, nunca será demasiado forte. Sem dúvida pode ser que, numa época como esta em que vivemos e em meio a um cenário como o que nos cerca, afirmar que temos certeza de estar no caminho de Deus tenha, para alguns, um certo cheiro de confiança própria e dogmatismo. Mas o que dizem as Escrituras? Elas declaram que existe um caminho, e também nos dizem como encontrá-lo e como andarmos nele. Sim, a mesma voz que nos fala da Salvação de Deus para nossas almas também nos fala do caminho de Deus para nossos pés - a mesma autoridade que nos assegura que "aquele que crê no Filho tem a vida eterna", nos assegura também que há um caminho tão claro que "os caminhantes, até mesmo os loucos, não errarão" (Is 35:8).

         Isto, repetimos, é uma prova de misericórdia - misericórdia para todas as épocas, mas principalmente para um tempo de confusão e ansiedade como este em que vivemos. É por demais comovente vermos o estado de incerteza em que muitos dentre o amado povo de Deus se encontram no presente momento. Não estamos nos referindo agora à questão da salvação, da qual já falamos largamente em outras ocasiões; mas o que temos agora diante de nós é o caminho do cristão - o que ele deve fazer, onde ele deve ser visto, como ele deve conduzir-se em meio a uma Igreja professa.

        Acaso não é verdade que multidões dentre o povo do Senhor encontram-se à deriva em relação a estas coisas? E quantos há que, se fossem colocar para fora os verdadeiros sentimentos de seus corações, teriam que reconhecer que encontram-se em uma condição bastante incerta - teriam que confessar que não sabem o que fazer, para onde ir, ou em que crer. Agora, a questão é a seguinte: Será que Deus queria abandonar Seus filhos, será que Cristo desejaria deixar Seus servos, em uma tal escuridão e confusão?

"Senhor bendito, ao Te seguir,
Sei que nada devo temer,
Pois nunca em trevas vou cair
Pois Tu, meus, pés queres mover."

            Porventura não pode uma criança conhecer a vontade de seu pai? Não pode um servo conhecer a vontade de seu senhor? E se assim é em nosso relacionamento terreno, quanto mais, e com quão maior plenitude, podemos contar com isso em referência a nosso Pai e a nosso Senhor no céu! Quando, no passado, Israel saiu do Mar Vermelho e achou-se às margens daquele grande e terrível deserto que havia entre eles e a terra da promessa, como é que poderiam saber o caminho? A areia do deserto, uniforme e sem trilhas, estava em todo o redor. Seria em vão procurar por qualquer sinal de pegadas. Era uma vastidão inóspita na qual os olhos da ave de rapina eram incapazes de descobrir um caminho.
Moisés sentiu isso quando disse a Hobabe: "Ora não nos deixes: porque tu sabes que nós nos alojamos no deserto; de olhos nos servirás" (Nm 10:31). Nossos incrédulos corações podem muito bem entender esta comovente súplica! Quanto se almeja por um guia humano em meio a um cenário de perplexidade! Quão ingenuamente o coração se apega a alguém que julgamos competente para dar-nos a direção em momentos de dificuldade e escuridão!
            E, ainda assim, podemos perguntar: O que é que Moisés queria com os olhos de Hobabe? Porventura Jeová já não havia graciosamente tomado o encargo de ser seu Guia? Sim, verdadeiramente; pois nos é dito que "no dia de levantar o tabernáculo, a nuvem cobriu o tabernáculo sobre a tenda do testemunho: e à tarde estava sobre o tabernáculo como uma aparência de fogo até à manhã. Assim era de contínuo: a nuvem o cobria, e de noite havia aparência de fogo. Mas sempre que a nuvem se alçava sobre a tenda, os filhos de Israel após ela partiam: e no lugar onde a nuvem parava, ali os filhos de Israel assentavam o seu arraial. Segundo o dito do Senhor, os filhos de Israel partiam, e segundo o dito do Senhor assentavam o arraial: todos os dias em que a nuvem parava sobre o tabernáculo assentavam o arraial. E, quando a nuvem se detinha muitos dias sobre o tabernáculo, então os filhos de Israel tinham cuidado da guarda do Senhor, e não partiam. E era que, quando a nuvem poucos dias estava sobre o tabernáculo, segundo o dito do Senhor se alojavam, e segundo o dito do Senhor partiam. Porém era que, quando a nuvem desde a tarde até a manhã ficava ali, e a nuvem se alçava pela manhã, então partiam: quer de dia quer de noite, alçando-se a nuvem partiam. Ou, quando a nuvem sobre o tabernáculo se detinha dois dias, ou um mês, ou um ano, ficando sobre ele, então os filhos de Israel se alojavam, e não partiam: e alçando-se ela partiam. Segundo o dito do Senhor se alojavam, e segundo o dito do Senhor partiam: da guarda do Senhor tinham cuidado segundo o dito do Senhor pela mão de Moisés" (Nm 9:15-23).

Continua...

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