quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O Caminho de Deus e como encontrá-lo Parte 3

 Parte 3


....capacitarão a entender um pouco melhor como encontrar o caminho de Deus. Vamos citar a passagem toda : "A candeia do corpo é o olho. Sendo pois o teu olho simples, também todo o teu corpo será luminoso; mas, se for mau, também o teu corpo será tenebroso. Vê pois que a luz que em ti há não sejam trevas. Se, pois, todo o teu corpo é luminoso, não tendo em trevas parte alguma, todo será luminoso, como quando a candeia te alumia com o seu resplandor" (Lc 11:34-36).

          Portanto, nos é dado aqui o verdadeiro segredo de se discernir o caminho de Deus. Pode parecer difícil, em meio ao turbulento mar da cristandade, manter o rumo certo. Há tantas vozes conflitantes entrando em nossos ouvidos. Tantos pontos de vista opostos que chamam nossa atenção, homens de Deus diferem de tal modo na interpretação, sombras de opinião multiplicam-se assim, a ponto de parecer impossível chegar-se a uma conclusão genuína. Dirigimo-nos a um homem que, pelo que podemos julgar, parece ter um "olho simples", e ele nos diz uma coisa; vamos a outro homem que também parece ter um "olho simples" e ele diz exatamente o contrário. O que podemos pensar disso? Bem, uma coisa é certa: nosso próprio olho não é simples quando nos encontramos correndo, em incerteza e perplexidade, de um homem para outro. O olho simples está fixado em Cristo somente, e assim o corpo é cheio de luz.

           O israelita do passado não precisava ficar correndo de um lado para outro para consultar seus semelhantes quanto ao caminho certo. Cada um tinha a mesma direção divina, a saber, a coluna de nuvem de dia, e a coluna de fogo à noite. Em suma, o próprio Jeová era o Guia infalível de cada membro da congregação. Eles não eram colocados sob a direção do homem mais inteligente, mais sagaz ou experiente da assembléia; tampouco eram deixados para que seguissem seus próprios caminhos, - cada um devia seguir o Senhor. A trombeta de prata anunciava a todos, igualmente, qual a vontade de Deus; e ninguém que tivesse os ouvidos atentos ficava em desvantagem. Os olhos e ouvidos de cada um deviam estar dirigidos para Deus somente, e não para algum mortal seu semelhante. Foi este o segredo de terem sido guiados no passado naquele deserto sem trilhas ou caminhos, e é este o segredo para sermos guiados no vasto deserto moral pelo qual os redimidos de Deus estão passando agora. Alguém pode dizer: Escute a mim; e outro pode dizer: Escute a mim; e um terceiro pode dizer: Deixe que cada um escolha o seu caminho. Mas o coração obediente diz, em oposição a todos eles: Devo seguir a meu Senhor.

            Isto torna tudo tão simples. Não irá, de modo algum, incitar alguém a cair em um arrogante espírito de independência; muito pelo contrário. Quanto mais eu for ensinado a depender somente de Deus para direção, mais irei deixar de confiar em mim e de olhar para mim; e isto certamente não é independência. Na realidade, ao fazer com que eu sinta minha responsabilidade para com Cristo somente, isto irá me livrar de seguir servilmente qualquer homem; e é isto o que é tão necessário no momento presente. Quanto mais de perto examinarmos os elementos que imperam na Igreja professa, mais ficaremos convencidos de nossa necessidade pessoal desta completa sujeição à autoridade divina, o que é apenas outro nome para o "temor do Senhor", ou para o "olho simples".

          Existe uma breve sentença no princípio de Atos dos Apóstolos, que fornece um perfeito antídoto tanto para a vontade própria, quanto para o medo servil do homem, que é o que tanto vemos hoje ao redor. O antídoto é: "Importa obedecer a Deus" (At 5:29). Que
tremenda afirmação! "Importa obedecer." Esta é a cura para a vontade própria. "Importa obedecer a Deus". É esta a cura para a sujeição servil aos mandamentos e doutrinas de homens. Deve haver obediência; mas obediência a quê? À autoridade de Deus, e só a ela. Assim a alma é guardada, por um lado, da influência da infidelidade, e por outro, da superstição. A infidelidade diz: Faça como você quiser. A superstição diz: Faça como o homem ordena. A fé diz: "Importa obedecer a Deus".
           Aqui está o santo equilíbrio da alma em meio às influências confusas e antagônicas ao nosso redor nestes dias. Como um servo, devo obedecer a meu Senhor; como um filho, devo escutar com atenção os mandamentos de meu Pai.
E não devo ser negligente nisto, apesar de correr o risco de não ser compreendido por meus irmãos e companheiros. Devo lembrar que o primeiro compromisso de minha alma é com o próprio Deus.
Aquele, diante de Quem se prostram os anciãos,
É com Quem devo tratar, agora e então.
          Trata-se de meu privilégio estar tão seguro de conhecer a vontade de meu Mestre acerca do caminho a seguir, como de possuir a Sua Palavra para a segurança de minha alma. Se não for assim, onde encontro-me, então? Acaso não é meu privilégio ter um olho simples? Sim, com certeza. E o que vem depois? Um "corpo luminoso". Agora, se meu corpo está cheio de luz, como pode minha mente estar cheia de perplexidade? Impossível. As duas coisas são totalmente incompatíveis; e por conseguinte, quando alguém encontra-se imerso nas trevas da incerteza, está bem claro que seu olho não é simples. Ele pode parecer bem sincero, pode estar bem ansioso de ser guiado pelo caminho certo; mas pode ficar ciente de que existe a falta de um olho simples - este pré-requisito indispensável para a direção divina.
            
             A Palavra é clara - "Sendo pois o teu olho simples, também todo o teu corpo será luminoso" (Lc 11:34). Deus irá sempre guiar a alma humilde e obediente; mas, por outro lado, se não andamos em conformidade com a luz que nos é comunicada, então ficaremos em trevas. A luz pela qual não se atua transforma-se em trevas, e oh, "quão grandes serão tais trevas!" (Mt 6:23). Nada é mais perigoso do que interferir com a luz que Deus concede. Acabará, cedo ou tarde, levando às piores consequências. "Vê pois que a luz que em ti há não sejam trevas" (Lc 11:35). "Escutai, e inclinai os ouvidos: não vos ensoberbeçais; porque o Senhor falou. Dai glória ao Senhor vosso Deus, antes que venha a escuridão e antes que tropecem vossos pés nos montes tenebrosos; antes que, esperando luz ele a mude em sombra de morte, e a reduza à escuridão" (Jr 13:15-16).
Isto é algo profundamente solene. Que contraste existe entre um homem com olho simples e um homem que não age na luz que Deus lhe deu! O primeiro tem seu corpo cheio de luz; o outro tem seu corpo cheio de trevas; um não tem nenhuma parte escura; o outro está mergulhado em horrível escuridão; um leva a luz a outros; o outro é uma pedra de tropeço no caminho. Não conhecemos nada mais solene que o ato judicial de Deus, em deveras transformar luz em trevas, por nos recusarmos a atuar na luz que Ele quis nos conceder.

Continua...

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